Nossa História

“FAZENDA ARUANÃ: HISTÓRICO, PRODUTIVIDADE E COMERCIALIZAÇÃO”

DIA 08/05/19 – PIRACICABA – E.S.A. LUIZ DE QUEIROZ – USP

“Alimentar é o direito moral de todos os que nascem neste mundo.”
(Norman Borlaug, 1914-2009)

Meu nome é Sergio Vergueiro. Nasci em S. Paulo em 1939 e formei-me em Agronomia na Escola Superior
de Agricultura Luiz de Queiroz – USP em Piracicaba, na turma de 1960.
A partir de 1965, o Governo Federal iniciou um programa de incentivos fiscais para formação de empresas
na Amazônia a fim de desenvolver e ocupar a região através de indústrias e agropecuárias. Esses
empreendimentos eram iniciados com projetos analisados e aprovados pelo Governo, através da SUDAM
Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia e da Superintendência da Zona Franca de Manaus.
Fiz meus primeiros projetos a partir de 1965, inicialmente na região do Norte de Mato Grosso , e em
Tomé-Açu no Pará.

Em 1966, vim conhecer o Amazonas a convite do Governo do Estado, então, governado por Danilo
Areosa. Achei a região excelente para o desenvolvimento da agropecuária, pelo relevo, fartura de água,
e proximidade de estradas, então de terra , ligando Manaus a Itacoatiara e em construção para a ligação
com Boa Vista e Caracas, hoje a BR-174. Outro fator preponderante foi a ausência de malária nessas
regiões de águas negras.

Como não havia propriedades privadas nessas regiões, recomendei à minha familia e amigos que
aceitassem o convite do Governo Estadual e adquirissem terras do Estado para a implantação de projetos
agropecuários destinados à cria, recria e engorda de bovinos. De 1967 a 1970, mais de 15 projetos foram
apresentados à SUDAM e a implantação dos primeiros aprovados iniciou-se em 1970, dentre eles a
AGROPECUÁRIA ARUANÃ, em Itacoatiara, e a FAZENDA SANTA INÊS, em Itapiranga (hoje, Presidente
Figueiredo).

A Agropecuária Aruanã desenvolveu a Fazenda Aruanã, situada no atual km 213 da Rodovia Manaus-
Itacoatiara (AM-010) e também iniciamos a implantação da Fazenda Santa Inês S.A. na margem direita do Rio Uatumã, que foi totalmente inundada pela Represa da Usina Hidroelétrica de Balbina.
Na época, a reserva florestal legal na Amazônia era de 50% da área da propriedade. Desde meu primeiro
projeto, a Fazenda Agrosan em Diamantino-MT, adotei , por influência de meu amigo e co-autor desses
primeiros projetos , também engenheiro agronômo formado em Piracicaba, Rodolfo Ricardo Geiser, a
prática de evitar desmatamentos contínuos dividindo as Fazendas projetadas em blocos separados entre
si por faixas contínuas de florestas primárias preservadas, com 500 metros de largura. Nesses blocos de,
em média, 500 hectares cada (aproximadamente 2.000 x 2.500 m), foram preservadas todas as áreas de
nascentes e margens de cursos d’água (APP’s), prática que aprendemos em nossa Faculdade.
A implantação física da Fazenda começou em 1971 e, até 73, foram desmatados 3.000 hectares em 6
blocos separados por faixas com largura de 500 metros de floresta nativa intacta. Dentro da área
desmatada, foram preservadas todas as APP’s. Seguiu-se o plantio de gramíneas, instalações zootécnicas
(cercas, porteiras, currais) e iniciada a cria, recria e engorda, com a introdução de gado regional (fêmeas e
novilhos), oriundo de Alenquer e Monte Alegre, e touros Nellore de S. Paulo.

Da mesma forma que ocorreu em outras regiões da Amazônia, as áreas de pasto degradaram-se, sendo
dominados pela vegetação invasora denominada “juquira”, reduzindo gradativamente a capacidade de
suporte do rebanho. Tornou-se evidente que, para recuperar essas pastagens, seria necessária a
mecanização da limpeza, obrigatoriamente precedida da destoca de toda a área. Essa operação exigia
grande investimento e passamos a procurar uma cultura que pudesse ser associada à pastagem a fim de
custeá-lo.
Encontramos no CPATU (Centro de Pesquisas do Trópico Úmido) na EMBRAPA de Belém, o Dr. Carlos
Hans Müller que pesquisava o cultivo da Castanha-do-Brasil a partir de trabalhos anteriores desenvolvidos
desde o antigo Instituto Agronômico do Norte. Já havia um banco de germoplasma constituído por uma
seleção massal de castanhais de diversas regiões, e experimentos de produção de mudas e enxertia.
Considerando que a Castanha-do-Brasil (Brazil Nut) é um produto conhecido e presente em mercados de
muitos países do mundo há muito tempo, e cuja árvore produtora é nativa da Amazônia, animamo-nos a
tentar cultivá-la em espaçamento de 20m x 20m (25 árvores por hectare), almejando utilizar o espaço
intercalar como pastagem. Assim, apresentamos um projeto ao IBDF (Instituto Brasileiro de
Desenvolvimento Florestal), então orgão do Ministério da Agricultura, o qual foi aprovado e iniciamos o
primeiro plantio em 1981.

Desde o começo, sempre com auxilio do Dr. Hans Müller da EMBRAPA e também do Dr. Urano,
aprendemos a produzir mudas, plantá-las e enxertá-las (na época a recomendação para a enxertia era aos
12 meses). Implantamos um Jardim Clonal e fizemos a enxertia com material comprado do CPATU e a
ajuda técnica do Dr. Hans Müller.
Logo que começamos, surgiram 2 problemas: 1o.) o gado não comia a Castanheira, porém, pisoteava ou
se coçava nas árvores maiores prejudicando a formação do Castanhal, e 2o. ) a enxertia estava com baixo
pegamento devido à incompatibilidade de diâmetro entre o doador e o receptor (a enxertia da
castanheira é por borbulhia com janela aberta). Assim, desistimos de associar o gado ao Castanhal,
passando a utilizar espaçamento de 10mx10m (100 árvores por hectare) e aguardamos o terceiro ano
após o plantio para fazer a enxertia.
Mais um desafio surgiu e quase desistimos de prosseguir: o pegamento da enxertia era bom (a borbulha
não morria), porém, a gema ficava dormente e não brotava em 70% dos enxertos. Passamos a desbrotar
o cavalo para forçar a brotação das gemas e, mesmo assim, a dormência prosseguia e o cavalo acabava
morrendo. Depois disso, deixamos de desbrotar e quase desistimos do projeto.
Um dia, nosso administrador de campo – Nilamon Camargo Penteado, de familia tradicional de
cafeicultores de Jaú – SP, e com larga experiencia na Amazônia desde o Mato Grosso, Pará e Goiás –
observou, em experimentos implantados pelo Dr. Hans Müller para reduzir a brotação do cavalo, que na
área de plantio onde tinha sido feito o anelamento do cavalo acima do enxerto, todas as gemas
dormentes brotaram. A partir daí, fizemos isso em larga escala nos plantios até então dormentes (alguns
já com 3 anos de dormência) e TODOS BROTARAM! Passamos a adotar essa prática em todo o cultivo e o
pegamento do enxerto passou para 95%, acabando a dormência.
Vencida essa etapa, restava uma grave preocupação de minha parte: a homogeneização do plantio com
uma única espécie, pois lembrava-me do que ocorreu com a seringueira cultivada por Ford, na Fordlandia.
Já tínhamos plantado mais de 200.000 castanheiras e nada havia ocorrido até então (as mais velhas
estavam com 4 anos), entretanto, ainda estavam na fase juvenil e a minha preocupação aumentava.

Nessa ocasião, estava saindo da Fazenda para voltar a Manaus quando recebi um telefonema da
EMBRAPA . Era o Dr. Antelmo (Luiz Antelmo Silva Melo) informando que estava vindo com uma equipe
do Banco Mundial chefiada por NORMAN BORLAUG para visitar a Aruanã. Obviamente, fiquei aguardando
a visita ilustre.
Durante a visita do renomado Nobel da Paz (1970), corremos todos os plantios e no final, antes de sua
partida, fiz a pergunta que me preocupava: o que achava o Dr. Norman das eventuais consequências
desse plantio homogêneo? Ele me respondeu : ”O Sr. me contou que ficou impressionado com a
extensão dos castanhais nativos de Marabá, sobrevoando por horas essas populações de “copas
topadas”. Pois é , eu também vi isso e esse fato demonstra que a Castanheira NATURALMENTE ocorre em
populações homogêneas tendo, portanto, RESISTÊNCIA AOS PATÓGENOS DA FLORESTA, ao contrário da
seringueira que, para evitar o “mal das folhas”, ocorre distante uma das outras. Com a Castanheira não
haverá problema”.
Hoje, após mais de 30 anos e com 1.300.000 (hum milhão e trezentas mil) castanheiras adultas, plantadas
em 3.700 hectares, podemos confirmar que o Dr. Norman Borlaug estava certo. Nunca tivemos
problemas fito-sanitários nem de pragas, e jamais tivemos que usar qualquer defensivo nos cultivos da
Fazenda Aruanã.
Resolvida e enxertia e despreocupados quanto ao plantio homogêneo, prosseguimos com projetos
aprovados pelo IBDF no plantio de Castanheiras, reflorestando toda a área de 3.000 hectares que
havíamos desmatado para pastagens e mais 700 hectares, também de antigas pastagens degradadas, que
adquirimos de nosso vizinho. Paguei com juros o desmatamento de 3.000 hectares, reflorestando 3700
hectares com castanheiras.

Desde o início dos trabalhos da Fazenda Aruanã, mantive contato com o Prof. Warwick Kerr, no INPA, de
quem fui aluno em Piracicaba, juntamente com o Eng. Agr. Gabriel Teixeira de Paula Neto, meu colega de
turma e amigo, e que foi responsavel técnico pela Aruanã por mais de 20 anos. O Prof. Warwick sempre
se preocupou com a polinização da castanheira. A conselho dele, semeamos maracujá nas leiras da
destoca e plantamos urucum, para aumentar a oferta de pólen ao BOMBUS, que acreditavamos ser o
principal polinizador da Castanheira. Aliás, gostaria de registrar que a MILHONÉSIMA castanheira da
Fazenda Aruanã foi plantada pelo próprio Prof.Warwick e encontra-se desenvolvida e frutificando.
Verificamos que o projeto da Aruanã, mantendo todas as APP’s e faixas de floresta nativa separando os
blocos de desmatamento, resultou em que nenhuma castanheira plantada nessa área dista mais do que
1.500 metros de uma área de floresta nativa. Isso é essencial para o alcance dos polinizadores que têm
seu habitat na floresta. Agradeço ao meu curso de agronomia e ao colega Rodolfo Geiser , por ter
tomado essa cautela ao projetar a Fazenda.
O desenvolvimento das castanheiras enxertadas seguia animadoramente, porém a previsão de produção
no 6° ano não se concretizou pois as primeiras castanheiras plantadas em 1981 só foram produzir
comercialmente 25 anos depois.
Com as técnicas que desenvolvemos para produção de mudas em larga escala (já produzimos
até hoje mais de 3 milhões de mudas), enxertia , limpeza e condução das árvores, podemos afirmar que,
em 15 anos, é possivel atingir a fase produtiva comercial (observe-se que sem adubação química pois a
castanheira só reage a uma adubação de fósforo no plantio e depois não exige nem responde a
adubações químicas). Nossos plantios sempre foram acompanhados de perto pelo IBDF e, depois, pelo
IBAMA que, mais do que fiscalizar, contribuía com as observações de seus técnicos, principalmente Lúcio
Flávio Couto, Pedro Vargas e Antônio Carlos Hummel, no IBDF, e Malvino Salvador, no IBAMA.

Desse trabalho conjunto surgiu a idéia de plantar a castanheira em espaçamento silvicultural (1,50m por
2,5m) com 2.666 árvores por hectare, visando a produção de madeira e frutos. Constatado o bom
desenvolvimento desses plantios, manejados através de desbastes como antigamente era feito com o
Eucalipto, recebemos a sugestão do Malvino e passsamos a fazer plantios para contrato de reposição
florestal com as indústrias madeireiras locais. Dessa forma, em 5 anos, implantamos perímetros de
plantios abrangendo perto de 1 milhão de árvores.
No sistema silvicultural, a castanheira vem se demonstrando uma das espécies mais promissoras para a
recuperação de áreas degradadas na Amazônia, tendo em vista a sua resistência à homogeneização dos
plantios, crescimento rápido e sem exigência de adubações e defensivos. O desenvolvimento dessa forma
de cultivo vem sendo acompanhado pela EMBRAPA através do PROF. ROBERVAL MONTEIRO BEZERRA DE
LIMA.

Apesar de sempre trabalharmos em contato com os orgãos ambientais e de pesquisa, preocupava-me a
necessidade de estudos sobre a cultura em geral, e principalmente sobre a coleta sistematizada de dados
sobre nossos cultivos, a fim de dar uma base sólida das técnicas a serem aplicadas e a disseminação do
conhecimento dessa cultura. Nesse campo, sempre tivemos estreito contato com o INPA, através do
Prof. Warwick, Dr. Charles Clement (plantamos 600.000 palmeiras de pupunha em associação com a
castanheira), Dr. Sidnei Ferreira e Dr. Ferraz (que nos visita há mais de 30 anos).
A EMPBRAPA sempre nos acompanhou desde Carlos Hans Muller e Urano e, até o momento atual,
quando inicia este importante e abrangente trabalho de pesquisa sobre o cultivo da Castanheira, e vem
desenvolvendo estudos preciosos sobre polinização da espécie sob a coordenação da Profa. Márcia
Maués, com a participação de Marcelo Casimiro (cujo primeiro trabalho na Aruanã foi indicado pelo
Prof. Warwick). O IBDF, hoje IBAMA, bem como o IPAAM (órgão ambiental do Estado do Amazonas),
interagem com os nossos trabalhos positivamente. Acreditamos que nossa experiência pode ser usada
pelos pesquisadores, sistematizando as observações e publicando os resultados, para que se multiplique
o conhecimento e mais pessoas possam dele se utilizar.
De nossa parte, em 2006 criamos uma ONG (OSCIP) denominada INSTITUTO EXCELSA, que é dirigido por
minha filha Ana Luiza, destinada a transmitir todo o nosso conhecimento prático às pequenas
comunidades do entorno da Aruanã e de outras regiões do Amazonas, para que plantem e cultivem a
Castanheira nas suas roças, recuperando as áreas desmatadas para sua subsistência com uma cultura
nativa, perene, rentável e de forma sustentável. As mudas são distribuídas gratuitamente aos pequenos
agricultores que as solicitam e seus plantios são cadastrados e georeferenciados por GPS. Em 13 anos, o
INSTITUTO EXCELSA entregou 635.000 mudas a mais de 1.453 famílias de 183 comunidades do Amazonas.
Esses pequenos agricultores poderão se tornar futuros fornecedores de ECONUT, que pagará preço
adequado à qualidade do produto, ou seja, superior aos preços praticados pelo mercado. Tambem é
nossa intenção criar uma REGIÃO DE DENOMINAÇÃO CONTROLADA DE CASTANHA, a exemplo do que é
feito com os vinhos na Europa.

Além de ser extremamente nutritiva, o grande diferencial da Castanha-do-Brasil (semente da
CASTANHEIRA) é ser a maior fonte de SELÊNIO conhecida da natureza. O teor de selênio é definido
principalmente, pelo solo onde se desenvolve a castanheira e, na nossa região, esse teor é ideal para que
apenas uma castanha por dia seja suficiente para suprir a necessidade diária de selênio no caso de um
adulto. Constatamos isto quando analisamos as amostras de nossa primeira safra com a Profa. Dra. Sílvia
Cozzolino da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, nutricionista e especialista em Selênio. Ante a qualidade de nossa castanha, ela nos sugeriu fazer um produto voltado para a saúde humana, já que o
cultivo possibilita o rastreamento completo da qualidade desde a árvore até a embalagem final e, por ser
tratar de uma amostra homogênea de castanhas, possibilita-se uma análise de Selênio com precisão
quanto ao teor desse micronutriente .
Há anos, já testávamos amostras de nossas primeiras safras buscando um processo de pós-colheita e uma
embalagem que oferecesse ao produto bastante tempo de prateleira. Colaborava conosco, fazendo
testes, análises e sugestões, a Prof. Dra. Marisa D’Arce da E.S.A. Luiz de Queiroz em Piracicaba. Além
disso, desejávamos também evitar a aflatoxina e manter as qualidades nutritivas, crocância e sabor de
nossa castanha. Com relação à aflatoxina, alunos do Prof. Benedito Corrêa da USP (Instituto de Ciencias
Médicas e Biologicas) realizaram um trabalho científico na Fazenda Aruanã analisando todo o ciclo do
Aspergillus desde a árvore até o produto final.

Surgiu, então, a marca ECONUT significando uma castanha-do-Brasil CULTIVADA, controlada por um
protocolo desde a árvore até a embalagem final, e atendendo às normas do Ministério da Agricultuura
para PRODUTOS ORGÂNICOS. Conseguimos estabelecer essas práticas e obtivemos a CERTIFICAÇÃO
ORGÂNICA (Selo SisOrg) através da auditoria do TECPAR (Instituto de Tecnologia do Paraná). Embora
ainda não seja exportada, ECONUT também atende aos padrões internacionais para exportação exigidos
pelo MAPA. Da árvore à embalagem final, nossa castanha ECONUT passa por 10 seleções, sendo analisada
quanto à atividade de água (abaixo de 0.6), é segura quanto à ausência de aflatoxinas (abaixo dos padrões
internacionais), e sua embalagem garante mais de 2 anos de validade do produto.
O fundamental desse processo é que o produto é INTEIRAMENTE produzido na Fazenda Aruanã, por
pessoal da região (muitos deles nascidos na Fazenda), provando que nossa mão-de-obra local é apta para
produzir produtos de alta qualidade e elevado valor agregado, desde que devidamente treinada e
orientada. A indústria da Zona Franca de Manaus prova isso todos os dias e, na agricultura, a Fazenda
Aruanã também confirma essa qualidade.

Como vemos, o que ocorre com todas as culturas comerciais, a associação do trabalho técnico de campo
com a pesquisa, gera bons frutos. Também na castanha isso ocorre e, agora, se intensifica. O importante
é ressaltar que, após dezenas de anos de pesquisa, experimentação e tentativas no campo, os trabalhos
dos órgãos de pesquisa e de desenvolvimento ambientais associados a trabalhos de campo com técnicos
persistentes, DOMESTICOU a espécie Bertholletia excelsa HBK, garantindo a sua sobrevivência e evitando
a sua EXTINÇÃO. Atualmente, estamos trabalhando na Reposição Florestal com outras espécies além da
Castanha-do-Brasil. Desde 2018, implantamos perímetros com cumarú e jatobá, as quais são espécies
nativas com boas perspectivas de mercado e que conseguem se desenvolver em áreas de solo leve, que
não são adequados à castanheira. Já dominamos as técnicas de produção de mudas em elevada escala e
as técnicas de plantio mas a calagem e adubação estão sendo testadas pois as áreas mais leves exigem
essa prática na implantação.
Há muito o que pesquisar e aprimorar para que a cultura da castanheira e outras espécies nativas sejam
eficientes, rentáveis e ajudem a recuperar as imensas áreas degradadas na AMAZÔNIA para que se
tornem fonte de dignidade e alimento.
Quanto maior a praia do conhecimento, maior o oceano do desconhecido.
Piracicaba, maio de 2019